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Criado para suprir a crescente demanda do mercado de trabalho por estatísticos, o Bacharelado em Estatística do ICMC completa 10 anos em sintonia com recentes mudanças na área; encontro comemorativo será realizado nos dias 25 e 26 de outubro
Data da publicação: 30/09/2019

 

Na foto, participantes do Encontro de Experiências em Estatística de 2016; este ano, em comemoração aos 10 anos do Bacharelado, haverá uma edição especial do evento nos dias 25 e 26 de outubro

 

 
“Acho que a beleza da estatística é que seu alcance é ilimitado, assim como a maioria das ciências. Mas, para mim, tem um significado especial: estatística é sobre a incerteza que governa a natureza. Pode ser usada para pedir uma pizza ou modelar o preço de uma ação no mercado”. É assim que Helton Graziadei define o significado da estatística, uma área com a qual teve contato ao ingressar na primeira turma do curso de Bacharelado em Estatística, oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desde 2009.
 
Diferentemente da maioria de seus colegas de turma, que estão atuando em empresas nos mais diversos ramos de atividades, Helton optou por seguir carreira acadêmica: completou o mestrado no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, onde, agora, faz doutorado. Nesses dez anos, ele viu acontecer mudanças relevantes no campo da estatística: “A área se renova constantemente e quem não se atualiza corre o risco de perder a dinâmica da profissão. O surgimento da ciência de dados fez com que os departamentos de estatística no mundo reformulassem a estrutura dos cursos de graduação, incluindo conhecimentos mais sólidos em programação e inteligência artificial. É muito importante o ICMC ter sido pioneiro no Brasil a fazer essa modificação no curso”.
 
Helton se refere à alteração na grade curricular do curso oferecido pelo Instituto. A partir do ano que vem, serão adicionadas disciplinas específicas a fim de preparar os alunos para os desafios da era da ciência de dados. A mudança impactou até o nome do curso, que, a partir de 2020, passará a se chamar Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados. A reformulação está em sintonia com o novo cenário tecnológico, que está modificando a forma como nós nos relacionamento uns com os outros e com o mundo a nosso redor. Nos últimos anos, cada ser humano com um dispositivo móvel em mãos se tornou um produtor de dados, os quais são gerados em velocidade, volume e variedade cada vez maiores. Não é à toa que, hoje, aqueles que sabem extrair conhecimentos úteis a partir desses dados tenham se tornado tão cobiçados pelo mercado de trabalho.
 
 

Aluno da primeira turma do curso de Estatística do ICMC, Helton está terminando o doutorado no IME/USP; em 2018, fez doutorado sanduíche em Milão, na Itália

 

 
Já em 2009, o grupo de professores do ICMC que escreveu o projeto político-pedagógico do Bacharelado em Estatística vislumbrava que as instituições de ensino superior não davam conta de formar a quantidade necessária de profissionais para atuar nesse campo. “A crescente procura por estatísticos no mercado de trabalho em diversas áreas, tais como indústrias, instituições financeiras, empresas de pesquisa de mercado, instituições governamentais e de pesquisa relacionadas à saúde humana, agricultura e pecuária, entre outras, foi a principal motivação para a proposta de criação de um curso de Bacharelado em Estatística”, lê-se no projeto.
 
Depois de 10 anos, a demanda só aumentou e a tendência é que continue a crescer nos próximos anos. “Em 2009, essencialmente eram as grandes instituições que tinham banco de dados de seus clientes e baseavam suas decisões nas análises estatísticas desses dados. Hoje, mesmo as pequenas empresas dispõem de dados sobre seus produtos e públicos com os quais se relaciona e buscam analisá-los para tomada de decisões”, diz Mariana Cúri, uma das professoras que contribuiu para a criação do curso de Estatística no ICMC.
 
“As grandes massas de dados disponíveis hoje requerem profissionais preparados para analisar e interpretar informações presentes em problemas de diferentes naturezas. Nesse cenário, as melhores soluções costumam surgir a partir da cooperação entre estatísticos e profissionais da área de computação e isso justifica as mudanças curriculares”, diz a professora Cibele Russo, que atualmente coordena o curso de Estatística do ICMC. “Assim, a proposta é ter um profissional que domine tanto as técnicas estatísticas quanto algoritmos eficientes e eficazes, considerando custos computacionais e diversas outras variáveis, para extrair de forma ótima as informações dos dados”, completa a professora.
 
Cibele usa um exemplo do cotidiano para explicar o papel do estatístico: “Se você está cozinhando, é comum pegar uma colher para experimentar a comida. Estatisticamente, o que você está fazendo? Ora, está retirando uma amostra e, a partir dessa pequena quantidade de alimento, vai conseguir inferir se toda a comida da panela está boa ou não”. Usando ferramentas estatísticas, o profissional consegue, a partir de uma amostra, extrapolar os resultados obtidos a toda a população.
 
 

A professora Cibele Russo durante o Encontro de Experiências em Estatística de 2016

 
 
Amadurecimento – “Se olhar para mim 10 anos atrás e o que sou hoje, considerando o que evoluí como ser humano, o que aprendi, o que amadureci, todas as dificuldades e também as voltas por cima, verá o quanto isso tudo impactou na minha vida. Se não fosse toda essa história, eu não seria quem sou, não faria o que faço, não teria o que tenho. Então, o que mudou? Mudou tudo para melhor”. É assim que José Fernandes de Almeida Junior resume o significado de sua trajetória no ICMC. Hoje, ele atua como estatístico na empresa Cred-System Administradora de Cartões de Crédito.
 
Assim como o curso mudou a vida de José, os alunos e suas diversas demandas também ajudaram a lapidar o próprio curso. Ao longo desses 10 anos, o ICMC formou um total de 75 alunos estatísticos e, hoje, 173 estudantes estão matriculados no curso. Nesse tempo, diversos acontecimentos contribuíram para o aprimoramento do projeto colocado em prática em 2009.
 

José Fernandes gravou um vídeo para relatar sua experiência como ex-aluno do curso de Estatística do ICMC

 

 
Entre os principais marcos dessa trajetória está a criação, em 2013, do Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Estatística, resultado de uma união de esforços entre o ICMC e o Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os projetos de mestrandos e doutorandos contribuíram para fortalecer os grupos de pesquisa em estatística das duas instituições.
 
Dois anos depois, no dia 5 de dezembro de 2015, aconteceu a primeira edição do Encontro de Experiências em Estágios e Projetos. A iniciativa, criada para propiciar o compartilhamento de informações sobre estágios e projetos, entre alunos e ex-alunos do curso, passou a se chamar Encontro de Experiências em Estatística. Este ano, em comemoração aos 10 anos do Bacharelado, haverá uma edição especial do evento, nos dias 25 e 26 de outubro, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano (sala 6-001) do ICMC. Para participar, basta se inscrever e pagar a taxa de inscrição por meio deste link: icmc.usp.br/e/0fdd1.
 
Outro fato marcante dessa história foi a realização da Semana da Estatística em 2016. A iniciativa já era tradicional na UFSCar e estava em sua sexta edição, mas foi apenas em 2016 que a comissão organizadora do evento, composta apenas por estudantes, resolveu convidar os alunos do ICMC para participar. Resultado: desde então, a Semana da Estatística é realizada em conjunto pelos estudantes da UFSCar e do ICMC.
 
No ano seguinte, em 2017, foi lançada a primeira chamada do Núcleo de Estatística Aplicada (NEA). Desde 2009, a semente do Núcleo constava no projeto do curso, no entanto, para germinar, era preciso contar com estudantes e pesquisadores prontos para trabalhar em projetos. O cenário se concretizou em 2017, quando o NEA passou a desenvolver soluções estatísticas para problemas apresentados por empresas, fundações, indústrias, instituições de maneira geral, do setor público ou privado, assim como de pesquisadores ou pessoas físicas. “Nosso objetivo é levar problemas reais da sociedade para que nossos alunos possam resolvê-los, sob a orientação do professor, interagindo com o pesquisador e usando a metodologia estatística adequada a cada caso”, explica a professora Mariana Cúri.
 
O ano de 2017 também marcou o início do uso de uma metodologia alternativa de ensino e aprendizagem em algumas disciplinas do curso de Estatística: o Problem Based Learning (PBL). Com o método, professores trouxeram para a sala de aula casos reais a fim de que os estudantes debatessem e investigassem possíveis soluções.
 
Por último, em 2018, o curso passou a oferecer uma ênfase em ciência de dados. Com o crescimento da demanda por uma formação específica, o ICMC decidiu ampliar o escopo do curso e adicionar mais disciplinas de programação – abarcando o ensino da linguagem de programação Phyton e de técnicas de aprendizado de máquina, por exemplo. Resultado: a partir de 2020, os alunos que ingressarem no curso se tonarão Bacharéis em Estatística e Ciência de Dados.
 
 

Assista ao vídeo do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, que mostra como funciona a metodologia PBL na prática: www.facebook.com/watch/?v=1838468973149296

 

Confira mais depoimentos de ex-alunos do curso de Estatística do ICMC

 

Camila Ferro é da primeira turma do curso de Estatística do ICMC e, hoje, trabalha na Whirlpool Corporation no Brasil: “Esse curso colaborou muito para o meu crescimento pessoal e profissional, pois aprendi várias ferramentas estatísticas que utilizo no meu dia a dia e também desenvolvi meu raciocínio lógico para a resolução de problemas. Tanto o curso quanto a USP contribuíram muito para o meu ingresso no mercado de trabalho. Estou há cinco anos em uma indústria multinacional, atuando no setor de qualidade, que é o que eu sempre quis.”
 
 
 

Aline Cristina Jacomassi se formou no curso de Estatística do ICMC em 2017 e hoje trabalha na Serasa Experian em São Carlos: “O curso de estatística me proporcionou conhecimento e maturidade para iniciar minha jornada no mercado de trabalho. A estatística é uma das profissões mais procuradas atualmente, pois vivemos em um mundo orientado a dados. O curso foi estatisticamente significante para a minha vida.”

 

 

Caio Moura Quina formou-se em Estatística no ICMC em 2017 e, hoje, faz doutorado no Instituto: “A estatística é uma ferramenta do método científico. Esta presente em áreas como a política, a saúde, a agronomia, a economia, entre diversas outras aplicações. Foi por essa multiplicidade de aplicações que decidi virar estatístico. E foi em São Carlos que tive a oportunidade de aprender com professores excelentes, que me ensinaram muitos conteúdos e também uma nova forma de ver e interpretar o mundo a minha volta”.
 
 
 

 

Helton Graziadei é da primeira turma do curso de Estatística do ICMC e, hoje, faz doutorado no IME/USP: “Um estatístico famoso chamado John Tukey certa vez disse que o melhor de ser estatístico é que ele sempre pode brincar no quintal das outras pessoas. Acho que o que me fascina na estatística é isso! Após me formar, optei por seguir carreira acadêmica. Comecei o mestrado no IME/USP em 2013 e, atualmente, estou no último semestre do doutorado nessa mesma instituição. Ademais, durante o mestrado, trabalhei com consultoria para pesquisadores e estudantes de pós-graduação, principalmente na área médica, auxiliando-os na análise de dados de suas pesquisas. Fiz doutorado sanduíche em 2018, em Milão, na Itália. A cada dia que passa me apaixono cada vez mais pela estatística.”

 

 
Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
 
 
Mais informações
VI Encontro de Experiências em Estatística do ICMC: icmc.usp.br/e/0fdd1
Site do curso de Estatística do ICMC: www.icmc.usp.br/graduacao/estatistica-bacharelado
 
Contato com a imprensa
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
 
 
 
 

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