Com o objetivo de promover um intercâmbio cultural e de conhecimento e estreitar relações visando possíveis parcerias, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recebeu, na última semana, a visita de uma delegação da Universidade de Sheffield Hallam (SHU), do Reino Unido. A vinda da equipe da SHU contou com o apoio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), sediado no ICMC.
A comitiva passou uma semana em São Carlos em contato com pesquisadores e funcionários técnico-administrativos do Instituto e do CeMEAI. A equipe da SHU foi composta pelos professores Carlos Eduardo da Silva e Marjory da Costa Abreu, além dos funcionários técnico-administrativos Keith Fildes e Danielle Miles.
Silva é professor de engenharia de software no Departamento de Computação da Sheffield desde 2019, enquanto Marjory se dedica à área de inteligência artificial e ética. Os docentes tiveram uma agenda repleta de atividades e estreitaram suas relações com docentes do ICMC.
As atividades também envolveram palestras no auditório Luiz Antonio Favaro e um tour pelos duas áreas do campus da USP em São Carlos. A programação também possibilitou aos membros da SHU que visitassem ONOVOLAB, hub que concentra empresas com foco em inovação e tecnologia no município.
Durante a estadia na USP, Marjory teve a oportunidade de ministrar uma palestra sobre a ética na área de inteligência artificial e a manutenção do equilíbrio como função dos acadêmicos em uma era dominada pelas big techs, grandes empresas de tecnologia que causam impactos de alto alcance no mundo.
“Fiquei pensando que mensagem queria passar com essa palestra. Pensei nela quando eu comecei a interagir muito com as pessoas de outras disciplinas. Achei necessário não só tentar educar as pessoas de outras disciplinas, tanto do ponto de vista de pesquisa, mas também do ponto de vista da vida, da aplicação da computação da inteligência artificial em qualquer área. Então, a mensagem é que precisamos nos sentar e conversar com a nova geração que vai desenvolver soluções num futuro muito próximo”, explicou a professora, formada em Ciências de Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Gerente de Desenvolvimento de Pesquisa na SHU, Fildes ficou impressionado com as semelhanças entre as formas de trabalho nas instituições. “Fiz várias observações e percebi o quanto muitas coisas que fazemos são semelhantes com o que é feito aqui. Alguns dos requisitos são muito parecidos, com pequenas diferenças na forma como fazemos algumas coisas. Uma referência que preciso levar de volta é o uso de ciência de dados, que está em um estágio mais avançado do que o que temos por lá”, avalia.
Recentemente, profissionais do ICMC também puderam visitar a universidade no Reino Unido. Fildes aprova iniciativas que estimulem o intercâmbio de conhecimentos, como os promovidos nos últimos dias em São Carlos:
“Estamos tendo vários aprendizados diferentes e as conexões e os relacionamentos são realmente importantes. Se quisermos fazer futuras colaborações de pesquisa ou colaborações entre nossos serviços profissionais, é muito útil ter diferentes perspectivas. E há muito que podemos aprender com eventos como esse no ICMC. Tivemos funcionários deles visitando Sheffield recentemente. Então, temos essas conexões e esses relacionamentos já estabelecidos. Você constrói essa confiança e compreensão e isso pode durar muitos anos.”.
Danielle, responsável pela gerência no Instituto de Pesquisa em Inovação Industrial na Sheffield Hallam, também crê que a organização da semana no ICMC e a recepção da USP serviram de lição para que a instituição britânica possa aperfeiçoar eventos como workshops e ciclo de palestras.
“Fiquei muito interessada em conversar com o professor José Alberto Cuminato e com a Maria Fernanda Marreta, gestora-executiva do CeMEAI, sobre os grupos de estudo e workshops industriais que eles fazem, em que convidam empresas com desafios. Fizemos algo semelhante, mas nossos workshops são muito mais curtos, com cerca de uma hora, enquanto eles fazem durante toda a semana por aqui”, compara.
Para ela, a troca de experiências entre profissionais – docentes e outros funcionários – de Sheffield e do ICMC auxilia na atualização das tendências e vanguardas que a universidade britânica precisa se atentar quanto a seus processos internos.
“Tradicionalmente, há muita mobilidade entre acadêmicos de diferentes países para aprender e colaborar uns com os outros. Esse é o primeiro exemplo que vi em que o pessoal técnico-administrativo tem a oportunidade de ir para o exterior para entender diferentes culturas, formas de trabalhar, ter aprendizados e novas experiências. Somos uma parte importante da universidade. Para mim, é realmente interessante aprender não apenas sobre os processos e sistemas, como as coisas são feitas aqui, mas também sobre a expertise acadêmica”, completa Danielle.
Quem aprova a iniciativa e já está trabalhando para viabilizar mais encontros com os britânicos é a professora Kalinka Castelo Branco, vice-diretora do ICMC. “É muito válido esse movimento de eles virem para cá e ver como a gente faz os processos. Tivemos também a ida de duas funcionárias técnico-administrativas para lá e essa internacionalização é de grande importância para a universidade, pois professores e alunos já têm essa mobilidade há um tempo. Queremos que isso funcione como um estímulo para nossos funcionários enxergarem tudo o que fazemos e viabilizar essa troca enriquecedora de conhecimento com funcionários de instituições de outros países”, avalia Kalinka.
Segundo os gestores do CeMEAI, os eventos conjuntos entre Brasil e Reino Unido vão prosseguir, pois o objetivo do centro é estabelecer parcerias para a evolução de suas pesquisas acadêmicas.
“A visita é uma continuação do intercâmbio realizado no ano passado por mim e pela Lycaena Jarina, outra funcionária do ICMC. Além das possíveis colaborações de pesquisa entre os professores, a ideia é também traçar estratégias conjuntas para a inovação e colaboração com empresas, inclusive realizando eventos como o nosso workshop em conjunto, com pesquisadores e empresas do Brasil e do Reino Unido. Também tem como objetivo estabelecer colaborações para a melhoria e compreensão dos aspectos qualitativos das pesquisas realizadas no âmbito dos programas de pós-graduação”, encerra a gestora-executiva Maria Fernanda Marreta.
Texto: Matheus Martins Fontes – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
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